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Minha caminhada pessoal contra um Tumor Cerebral localizado na Glândula Hipófise.
Uma Luta contra a Síndrome de Cushing!! Vencendo!!

domingo, 22 de agosto de 2010

Protocolo para Diagnóstico da Síndrome de Cushing...

Clique em cima da imagem para que ela se torne mais nítida...

F = Cortisol - Fu = Cortisol urinário


Falando sobre os principais hormonios dosados nesse Protocolo:


CRH --->  ACTH --->   CORTISOL


O que é o Cortisol:

Cortisol é um hormônio corticosteróide produzido pela glândula supra-renal que está envolvido na resposta ao estresse; ele aumenta a pressão arterial e o açúcar do sangue, além de suprimir o sistema imune.

A forma sintética, chamada de 'hidrocortisona,' é uma medicação usada principalmente no combate às alergias e inflamações.

Na síntese do cortisol a glândula adrenal é estimulada pelo lobolo anterior da hipófise através do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). A produção do ACTH é modulada pelo hipotálamo, através da secreção por parte deste do hormônio liberador de corticotrofina (CRH).

O cortisol é essencial à vida. Por muito que se faça terapeuticamente, substituindo as suas funções, a sobrevida humana após adrenalectomia é breve. (Por isso eu fiquei e fico tão incomodada por ter perdido minhas adrenais)


O cortisol tem um claro domínio, em relação à corticosterona, na sua ação glicocorticóide, intervindo de forma marcada em quase todos os aspectos do metabolismo com um efeito global catabólico, ou anti-anabólico.
Não obstante, a sua ação é muitas vezes descrita como permissiva porque atua principalmente, permitindo que os processos ocorram e não iniciando-os, por exemplo, amplifica o efeito de outras hormonas em processos que não afeta substancialmente, de forma direta e isoladamente.
A ação muscular é ambígua, contribui para o catabolismo e perda muscular, mas, simultaneamente, na ausência da hormona a contractilidade dos músculos esquelético e cardíaco é reduzida.
Este efeito pode dever-se à indução da síntese de mediadores ou receptores como a acetilcolina e os receptores b-adrenérgicos, respectivamente. É exercido de forma constitucional, permanentemente, por concentrações basais de corticóides. O catabolismo e perda musculares verificar-se-ão para níveis mais elevados de corticosteróides.
O cortisol inibe a formação de novas estruturas ósseas, por redução da síntese de colagénio do tipo I ( componente fundamental da matriz óssea ), redução da velocidade de diferenciação de células-osteoprogenitoras em osteoblastos activos, diminuição da absorção de Ca2+ a partir do trato gastrointestinal (por antagonismo da vitamina D3), e, finalmente, por aumento da velocidade de reabsorção óssea.
No tecido conjuntivo, a inibição da síntese colagénica produz adelgaçamento cutâneo e das paredes vasculares, podendo provocar pequenas hemorragias cutâneas.
No sistema vascular para além das ações supracitadas, é essencial à reatividade arteriolar às catecolaminas e reduz a produção de prostaglandinas, de ação vasodilatadora; no global, ajuda a manter a pressão arterial porque diminui a permeabilidade vascular endotelial, evita perdas de volume circulante.
No rim, o cortisol aumenta a taxa de filtração glomerular, por diminuição da resistência pré-glomerular e aumento do fluxo sanguíneo; diminui a secreção da hormona antidiurética e a sua ação nos túbulos renais. O cortisol é necessário para a formação de amónia a partir do glutamato nas situações de acidose e aumenta a excreção de fosfatos, por diminuição da sua reabsorção nos túbulos proximais.
No SNC há múltiplos receptores, quer do tipo I quer do tipo II; o cortisol altera os padrões do sono. Em geral, os glicocorticóides atenuam a aquidade dos sentidos, olfativo, gustativo, auditivo e visual; contudo, melhoram a capacidade integrativa e geradora de respostas apropriadas. Em excesso, o cortisol pode provocar insonias e elevar ou deprimir, marcadamente, o humor; baixa também o limiar para a ocorrência de convulsões.
Há uma variação diária na capacidade de reação imunitária, que é a recíproca da secreção de cortisol, visto que o cortisol deprime a resposta imunitária. Por outro lado, vários produtos imunitários, entre os quais a interleucina-1, estimulam a secreção do ACTH, constituindo um complexo sistema de "feedback" negativo.
A ação anti-inflamatória também inclui a supressão da resposta febril, por diminuição da produção de IL-1 (pirogénio endógeno).

Se a atividade metabólica e anti-inflamatória do cortisol são essenciais para a sobrevivência do doente traumatizado ou infectado, também é verdadeiro que altas doses e administração prolongada aumentam a predisposição à infecção, facilitam a sua disseminação e dificultam a cicatrização.

A quantidade de cortisol presente no sangue sofre variação nas várias fases do dia (ritmo circadiano), com os níveis mais altos pela manhã e os níveis mais baixos à noite, várias horas após o início do sono. Informações sobre o ciclo luz/escuridão são transmitidas da retina para os núcleos supraquiasmáticos no hipotálamo.
Com a libertação normal o cortisol tem diversas ações que buscam restaurar a homeostase, o equilíbrio interno do organismo, após o stress. Age como um antagonista fisiológico da insulina, por promover a quebra das moléculas de carbohidratos, lipídeos e proteínas, desta maneira mobilizando as reservas energéticas. Isto aumenta a glicemia e a produção de glicogênio pelo fígado. Também aumenta a pressão arterial. Adicionalmente, as células inflamatórias e do sistema imune têm suas acções atenuadas, levando a uma diminuição da atividade do sistema imune como um todo. A osteogênese, formação óssea, também é diminuída pelo Cortisol.
Essas funções endógenas são a base das conseqüências fisiológicas do stress crônico. A secreção crônica de cortisol causa perda muscular e hiperglicemia, além de suprimir as respostas inflamatórias e imunes. As mesmas conseqüências advêm do uso de drogas glicocorticóides por longo prazo.
Além disto, a exposição de longo prazo ao cortisol resulta na danificação das células do hipocampo. Este dano leva à diminuição da capacidade de aprendizagem. Entretanto, a exposição de curto prazo ao cortisol ajuda no processo de criar memórias.
A maior parte do cortisol sérico, menos cerca de 4%, está ligada a proteínas, incluindo a transcortina ou globulina ligante de cortisol (CBG) e a albumina. Para muitos receptores, apenas o cortisol livre pode ativá-los.

O que é o ACTH:

O hormônio adenocorticotrófico (Brasil), geralmente abreviado para a sigla ACTH, é um polipeptídeo com trinta e nove aminoácidos produzido pelas células corticotróficas da adenohipófise. Atua sobre as células da camada cortical da glândula adrenal, estimulando-as a sintetizar e liberar seus hormônios, principalmente o cortisol, e também estimula o crescimento desta camada.

A secreção de ACTH exibe ritmo circadiano com padrão diurno acentuado, controle por feedback negativo e respostas de ampla variedade de estímulos, entre eles o hormônio de liberação de corticotrofina, este é produzido nas células do núcleo paraventricular.
O hormônio adrenocorticotrópico tem como função estimular a secreção de hormônios da córtex supra-renal, principalmente glicocorticóides e manter a integridade da mesma.

O que é o CRH:
 
CRH (Corticotropin-releasing hormone) é um hormônio produzido pelo hipotálamo responsável pela liberação do hormônio adrenocorticotrófico, também chamado de ACTH, pela adenohipófise.
 
 
 
Á partir desse Post irei explicar os exames utilizados nesse Protocolo, sua importancia, como é realizado, e a avaliação dos seus resultados... Vou buscar ir pela ordem do Protocolo...
 
Boa Noite á Todos
 

Um comentário:

O Baú do Xekim disse...

Olá linda amiga.

Sempre oportuna nas explicações que nos põem ao corrente dessa doença.

Feliz semana e rápido restabelecimento.

Beijinhos.